TRÊS LAGOAS (MS) - A vereadora licenciada Mariza Andrade Rocha (PSB) foi intimada nesta quinta-feira (2) pela juíza Janine Rodrigues de Oliveira Trindade, titular da 1ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Três Lagoas a pagar multa condenatória no valor de R$ 4.398,75 decorrente de sua sentença transitada e julgada pelo crime de Favorecimento Pessoal.

De acordo com o documento, o Mandado de nº 114.2019/001824-0, a ré tem dez dias de prazo para efetuar o pagamento, contados a partir de 2 de maio de 2019. Caso contrário, o seu nome através de seu CPF será incluído no Cadastro de Devedores da Dívida Ativa.

Paralelamente à esta ordem judicial, a juíza Janine Rodrigues de Oliveira Trindade enviou ainda, um ofício à Câmara Municipal de Vereadores para que a Casa tome às devidas providências quanto à cassação de Mariza, licenciada como vereadora desde o início de 2018.

A sentença condenatória transitada e julgada do Processo de nº Autos: 0001553-36.2014.8.12.0114, que tem como matéria o crime de Favorecimento Pessoal já é suficiente para a cassação do mandato de Mariza, já na próxima terça-feira (7), pois de acordo com a Lei Orgânica do Município perde o mandato o vereador que for condenado e julgado por crime doloso.

Resta saber se, na próxima sessão da Câmara Municipal de Três Lagoas, da próxima terça (7), a vereadora terá o seu mandato cassado.

 Justiça sentenciou a vereadora Mariza Rocha como culpada pelo crime de Favorecimento Pessoal. Foto: Rádio Caçula.

O crime

Conforme investigado, denunciado e julgado, a parlamentar ajudou um "Janaúba", um homem condenado pelo crime de porte de armas, que havia fugido do sistema prisional semiaberto, onde cumpria pena.

Mariza tinha conhecimento de tal condenação e mesmo assim deu abrigo e emprego para "Janaúba".

O crime o foi descoberto, pois através de diligências, o réu foi localizado no sitio da vereadora, localizado às margens do Rio Paraná e, na ocasião foi encontrado também 200 tabletes de maconha escondidos, que totalizaram 192 kgs., porém Mariza foi absolvida pelo crime de tráfico nesta matéria, pois a Justiça entendeu que a droga não era dela.

Mariza foi condenada então, a um mês e 10 dias de prisão em regime aberto, convertidos em multa e como não houve recurso, sentenciada em setembro de 2016.

Operação Themis

Durante a Operação Themis, presidida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a vereadora foi denunciada por chefiar o PCC (Primeiro Comando da Capital) em Três Lagoas e, através desta liderança na organização, Mariza é investigada pelo envolvimento com os crimes de tráfico de drogas e armas, tendo representação pela sua prisão preventiva, concedida pela 2ª Vara Criminal de Três Lagoas.

Ela tentou um Habeas Corpus e medidas cautelares mais brandas, na tentativa de responder em liberdade às acusações, porém os pedidos impetrados foram negados por duas vezes pelo Desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.

Nesta segunda (6), a ré completa dois meses residindo no Presídio Feminino da cidade, onde cumpre prisão preventiva – aquela sem prazo determinado para o fim – pelos crimes como organização criminosa, coação durante tramitação do processo, violação de sigilo e associação ao tráfico.

Em visita ao Fórum, na noite de sexta (3), o Jornalismo da Rádio Caçula teve acesso ao Processo de nº Autos n° 0001553-36.2014.8.12.0114Ação: Ação Penal - Procedimento Sumaríssimo de autoria do Ministério Público Estadual , que determina providências sobre a cassação de Mariza.

Fonte: Rádio Caçula/Julia Vasquez